O papa Bento XVI disse esta tarde em visita ao Museu do Holocausto, em Israel, que os nomes dos judeus vítimas da perseguição nazista não podem mais "morrer" e nem seus "sofrimentos serem negados, diminuídos ou esquecidos".
"Estou aqui para permanecer em silêncio diante deste monumento erguido para honrar a memória de milhões de judeus mortos na horrível tragédia do Holocausto", comentou o Pontífice, que chegou hoje ao Estado judeu, após passar três dias na Jordânia, como parte de sua viagem pela Terra Santa.
"Eles perderam a própria vida, mas não perderão mais seus nomes, sendo que estão estavelmente incisos nos corações dos entes queridos, dos companheiros de prisão e de tantos que estão decididos a não permitirem mais um horror similar a este que possa ofender a humanidade", afirmou Bento XVI.
O Papa contou desejar que "todas as pessoas de boa vontade possam vigiar para erradicar do coração do homem qualquer coisa capaz de levar a tragédias parecidas com esta".
No Memorial Yad Vashem, Bento XVI se encontrou com alguns sobreviventes do Holocausto, acendeu uma chama simbólica e depositou uma coroa de flores no local.
"O grito das vítimas do Holocausto ecoa ainda nos nossos corações. É um grito contra todos os atos de injustiça e violência, é uma perene condenação contra o derramamento de sangue inocente, é o grito de Abel que sai da terra contra o onipotente", defendeu o Pontífice, referindo-se ao personagem bíblico filho de Adão e Eva, e morto por seu irmão, Caim.
"Caros amigos, sou profundamente grato a Deus e a vocês pela oportunidade que me foi dada de permanecer aqui em silêncio: um silêncio para relembrar, rezar e esperar", conclui Bento XVI.
A visita ao Museu era o momento mais esperado da viagem do Pontífice, principalmente pelo fato de Bento XVI ter retirado no início do ano a ex-comunhão do bispo Richard Williamson, conhecido por negar a existência do Holocausto, fato que gerou tensão era as relações do Vaticano com líderes judeus.
Ansalatina
Papa diz que vítimas do holocausto não podem ser esquecidas
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