Obama é o preferido dos brasileiros nos EUA

O candidato democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, não é o preferido dos brasileiros apenas em território verde-e-amarelo. Obama lidera as preferências também entre os brasileiros que podem votar nas eleições americanas deste ano, como mostra reportagem de Marília Martins publicada neste domingo no "O Globo". Pesquisas feitas pelo Centro do Imigrante Brasileiro em Boston, a região que concentra maior número de brasileiros residentes, naturalizados americanos e com direito de votar, mostram que Obama já conquistou sete em cada dez votos.

Protestante e descendente de mulçumano, Barack Obama, de 47 anos, é o primeiro negro a concorrer à Casa Branca por um grande partido. Seu nome significa “abençoado” em suaíli, uma das línguas do Quênia, onde estão suas raízes familiares. A carreira parlamentar começou em 1996, em Illinois. Ele é casado há 16 anos e tem duas filhas.

A campanha de Obama entre os "brazucas", no entanto, não foi fácil. No estado de Massachusetts, os brasileiros saíram em massa para votar em Hillary Clinton durante as primárias democratas, e tiveram uma forte decepção com a sua derrota para Obama na disputa pela indicação do partido. Assim, parte dos brasileiros - cerca de 30% - ainda cogita votar em John McCain, sobretudo os mais ligados às igrejas evangélicas que dominam a periferia de Boston. É que o republicano é contra o aborto e este é um tema que muitos brasileiros levam em conta nas urnas, estimulados pelos pastores protestantes.

Segundo estudo do Ministério das Relações Exteriores, existem cerca de 1,5 milhão de brasileiros residentes nos EUA, mas a maior parte está ilegalmente no país. As regiões que concentram mais brasileiros são Nova Jersey, próximo a Nova York, Boston e cercanias, no estado de Massachusetts, e Miami e arredores. Esta última tem o maior número de imigrantes legais, 120 mil, mas é a de Massachusetts a mais ativa politicamente e a que tem maior número de eleitores brasileiros interessados em participar do processo eleitoral, cerca de 50 mil.

A comunidade em Boston tornou-se mais politizada por dois motivos. Primeiro, a crise econômica fez com que aumentasse o preconceito contra imigrantes ilegais. Já existem grupos que denunciam empresas que contratam serviços de imigrantes ilegais para o departamento de deportação, explica Fausto da Rocha, que dirige um centro voltado para o atendimento de imigrantes brasileiros na região. - E, em segundo lugar, já existe uma segunda geração, que nasceu aqui e que começa a se interessar em votar e em eleger candidatos que defendam a reforma da lei de imigração, que é a principal reivindicação dos brasileiros.
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