A imagem de um imigrante argelino com a boca tapada com fita adesiva e
algemado durante o voo de repatriação de Roma a Túnis provocou uma crise
na Itália, país denunciado pela ONU por tratamento "escandaloso" dado aos ilegais.
A imagem do imigrante foi feita durante um voo da companhia Alitalia pelo cineasta italiano Francesco Sperandeo, que postou a imagem no
Facebook, indignado com o comportamento da polícia italiana.
"É um tratamento escandaloso, humilhante e injustificável",
denunciou a porta-voz na Itália do Alto Comissariado da ONU para os
Refugiados, Laura Boldrini.
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O imigrante argelino, ao lado de
outro compatriota, estava sendo expatriado de forma forçada e viajava no
voo comercial ao lado de policiais italianos à paisana.
"A coisa
que mais provocou indignação foi a indiferença dos passageiros",
comentou o cineasta. Sperandeo contou que, ao protestar contra o
tratamento, os policiais ordenaram que voltasse para seu assento e
afirmaram que aquela era uma "operação normal da polícia".
O caso
gerou reações na opinião pública e o presidente da Câmara dos
Deputados, Gianfranco Fini, convocou integrantes do governo ao
Parlamento para pedir explicações.
O chefe da polícia italiana,
Antonio Manganelli, pediu um relatório imediato, enquanto os partidos de
esquerda lembraram que a Itália já foi criticada várias vezes pelo
tratamento dispensado aos imigrantes ilegais.
De acordo com a
imprensa italiana, os agentes explicaram que os imigrantes se feriram na
língua voluntariamente e cuspiam sangue para evitar a expulsão, e isto
teria forçado o uso fita isolante.
A política de repatriação
forçada de imigrantes ilegais procedentes da África do Norte é muito
criticada por organizações internacionais de defesa dos direitos humanos
desde que o então governo de Silvio Berlusconi aprovou uma lei, em
2008, que torna crime a imigração clandestina. A justiça italiana abriu
uma investigação por suposto abuso de autoridade.
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