A Turquia é um país situado em parte na Europa, em fronteira com a Grécia e a Bulgária, e em parte na Ásia, em fronteira com a Síria, Iraque e Irã. Apesar de ter uma forte influência islâmica, não é um país árabe. Como um ponto geográfico estratégico entre o Ocidente e o Oriente desde o domínio romano, o território sofreu influência das culturas latinas, gregas, bizantinas, persa e, inclusive, árabe.
Mas o que explica a confusão que se faz no Brasil entre turcos e árabes foi o fato de durante muito tempo a Turquia ser o centro do que ficou conhecido de Império Turco-Otomano. No seu auge, entre os séculos XVI e XVII, chegou a abranger parte do norte da África, da atual Arábia Saudita e da Europa. “Ela tinha muita força, estava dentro de outra ocidentalidade. Ela se formou à custa de Roma Oriental, e teve uma série de vantagens comerciais entre os dois blocos da própria Turquia, a Turquia européia e a Turquia da Península.
Na primeira década do século XX, o Império passava por um desmantelamento (se extinguiria em 1922, com a proclamação da República), mas ainda dominava a Síria. Durante uma época todos os imigrantes que vinham região chegavam ao Brasil com passaporte turco.
Para esses imigrantes que chegavam ao Brasil, a lembrança de que sua terra estava dominada era dolorosa. No começo, era muito humilhante para eles ser chamados de turcos. O povo brasileiro em geral até hoje tem dificuldades para diferenciar os turcos do libanês, o sírio.
Os dados sobre o grupo de imigrantes árabes que chegou ao Brasil no começo do século XX são imprecisos. E se o objetivo for dividir a imigração síria da libanesa, a tarefa fica um pouco mais difícil. Era na verdade só a Síria. Então os primeiros que vieram vinham com passaporte turco, como se fosse da Síria, só que não dava para saber se eram sírios ou libaneses, porque não existia essa distinção.
O Líbano surgiu como país no ano de 1916, com o tratado de Sykes-Picot, firmado entre França e Grã-Bretanha, as duas grandes potências imperialistas da época. O tratado definiu as fronteiras que hoje conhecemos do Oriente Médio, incluindo a separação de Síria e Líbano.
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