Nascido na cidade paulista de Itu, Prudente José de Morais e Barros foi o terceiro presidente da história do Brasil e primeiro civil a ocupar o cargo. Representando a força dos cafeicultores paulistas, Prudente de Moraes venceu as eleições presidenciais de 1894.
A guerra de Canudos no governo de Prudente de Morais, eclodiu nos sertões da Bahia uma revolta de caráter diferente daquelas que ocorreram nos governos republicanos anteriores. Movidos pelo misticismo e fugindo à miséria provocada pelas secas, os sertanejos reuniram em torno de Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro, que se dizia enviado de Deus.
A derrota fragorosa das tropas do governo estadual contra os revoltosos provocou o envio de tropas federais. No entanto, as forças federais eram insuficientes para enfrentar à resistência dos homens de Antônio Conselheiro, que tinham como vantagem um profundo conhecimento da região. O governo federal, resolvido a encerrar de vez o movimento revoltoso, organizou um verdadeiro exército para atacar Canudos. Contra as forças federais, numerosas e bem preparadas, pouco adiantou a tenaz resistência dos sertanejos.
O arraial de Canudos foi destruído casa por casa após o término da resistência. Pouco depois do fim da Guerra de Canudos, um militar de baixa patente, Marcelino Bispo, realizou um atentado contra a vida de Prudente de Morais. O presidente, que fora homenagear as tropas vitoriosas que chegavam da Bahia, conseguiu escapar do atentado, mas o marechal Carlos Machado Bittencourt, ministro da Guerra, foi ferido de morte ao defender o chefe do governo. O episódio aumentou o prestígio popular do presidente, fortalecendo-o no poder.
Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida mais empregos, justiça social, liberdade, educação, foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.
Em 5 de novembro de 1897, Prudente de Moraes sofreu um atentado, no entanto o marechal Carlos Machado Bittencourt, Ministro da Guerra, foi ferido em seu lugar e faleceu.
As dificuldades econômicas provocadas, principalmente, pela política do encilhamento obrigaram o Governo a fazer novos empréstimos, aumentando grandemente a dívida externa. Prudente de Moraes faleceu em 13 de dezembro de 1902, vítima de tuberculose.
0 comentários:
Postar um comentário